e a taça se equilibra a cacos,
a faca pacienta a pele,
a luz desencanta o fogo,
e o brilho emudece a fé.
A dor encanta o encatador
o vaso prende a terra ao se espalhar,
a flor umidifica a água
o vento leva o que é de mal.
O canto traça a linha nota
o número liberta o vivente lar,
palavras completam a emoção,
saudades carregam a matéria lida.
O sangue cuida do medo,
a morte se santifica livre,
o certo modifica o belo
o belo se apresenta bom.
O dia acorda bem vindo,
a lingua expressa o ocular,
a Terra move o desigual
o vivo contagia o sono,
a dor desencanta o encatador
o certo compreende a vida,
a música se preserva tacta
o "in" se fabrica ao novo,
a dança salienta o riso,
o corpo move lentamente,
o sono liberta a frio,
o arrepio se supera bem.
o corpo se adormece lindo
a alma se transporta em lagrima
a gota faz da vida Deus,
o quente compreende o mudo,
o mundo desintegra a força,
a lógica faz papel real,
o longe torna o tudo claro,
o escuro ilumina o nado,
a agua passa a vida indo
a letra se confunde linda
o grito se tranforma em sono
é o sono que desperta a cor
e a cor faz do aqui sublime
e a cor se ausenta breve.
O sujeito faz segredo o simples
o amor só complica o belo
a palavra se orienta tonta,
a palavra se ausenta livre ,
o compasso interdita o fim
o completo santifica o ir
o minuto salienta o vir
o perfeito alimenta o aqui
e é então assim
pura, quente , nobre,
alva, negra e fria
que o meu corpo se desorienta
a minha vida antes se aposenta
pra viva entender por fim
o canto do que é a poesia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário