" Pastora de núvens fui posta a serviço
por uma campina tão desamparada
que não principia nem também termina,
e onde nunca é noite e nunca madrugada"

Destino - Cecília Meireles





quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cortinas

Venha, ouça-me!
Enquanto minhas cortinas crescem,
enquanto o oculto das minhas palavras
assombra seu medo!
Entrega-se à minha mudança
que aposto meu brilho dos olhos
na saudade eterna que farei
da sua vida sem mim.
Aposto no popular dos verbos
que poderei me orgulhar
do sorriso presente
entre a plumagem social
a me amparar em sonhos,
a me amparar em atenções sublimes
ao auge da minha sensibilidade
sonora a seus olhos atentos.




quarta-feira, 29 de maio de 2013

Um Pequeno Mapa do Tempo

  


   A hierarquia lógica das dores, sobrepõe e busca definir como se da ao corpo o fim da vida!
Mas sabe bem o corpo como sufoca a solidão e sabe seu corpo também!
  E se meu rosto ainda permanece jovem é porque sabe muito bem a vida como me enxergar! Sabe da luta cotidiana dos olhos a se erguerem!
  E se meus olhos veem em cada rosto que ainda consegue observar ao passar pelas ruas, a decepção e o fracasso já antes de se começar? Se se  extrai o fracasso dos sorrisos dos bebês aos suspiros dos idosos?
  E se se faz sua certeza e julgamento a prova concreta de sua prisão consciente;
  E se do seu dia resta apenas o medo, de não ser forte, ou belo, ou rico , ou esperto o suficiente; se de sua semana resta apenas a culpa, drogas e vícios lhe consolarão, ou um próximo com suas mesmas limitações existenciais, e com diploma de entendedor passará a ti drogas comerciais ou tempo cronometrado, para que não morras no sufocamento das ruas tumultuadas e para que seus olhos menos vejam do distante, 

  E suas rugas então assim se concluirão!


                                        



domingo, 26 de maio de 2013

Contrariedades Cardíacas


Eu posso apresentar nos olhos
a cegueira de um presente vão.
Posso arrecadar motivos
de um contexto inlúcido
quando me oriento.
Eu posso deslizar na vida gélida
sem corrimão;
Posso patronar tristezas soltas
dessa solidão,
que palavras vem me consolar
como histórias vem a variar
fragileza que me desencantam
no julgar das realidades;
 e no septo das contrariedades cardíacas!



Fasciculações a Todos!


terça-feira, 14 de maio de 2013

Borboletas Cinzas!

Bastam-se sopros propositais de esperança,
para se encenar uma dor,
mas do luto oculto nos sonhos destas palavras
não superam meu coração por paisagens!

Como se cria em mim
vocábulos novatos em expressar o comum,
choram-me as vozes próximas
de quem ainda sequer nada diz!

Sente os cálculos de emoções concretas
a coragem de quem todo o tempo
ousou discordar
do caminho elevado à pele.
Veste o cinza de um pesar sincero
borboletas coloridas de imensidão
no concreto da dúvida,
e na dívida de tempo
que em uníssono gritam os presentes.


Fasciculações a Todos!




terça-feira, 7 de maio de 2013

De cada palavra na minha existência


 

 Coisas de uma cozinha mal frequentada, ou de uma sociedade demasiado pragmática, surgem caminhos longos por parte de mim até os falhos compromissos de uma noite lindamente atarefada.
    
  Cada prosa coerente condensa de mim tanto, que sua mediocridade só faz me orgulhar, pois tanto os versos sem sentido me representam e tanto desconhecem os pares do âmbito do que me oriento!

  Lembrei das disputas de palavras e agora já mal sei como encaixá-la aqui! 

 Lembro do conto "O Ovo e a Galinha" de Clarice Lispector, e de como ela declarara ser sua obra preferida por ser uma que ela já não podia entender mais nada, e assim me lembro que bastará o apito de minha panela queimando no fogo que já não entenderei mais nada disso.

  Lembro de minha decepção ao ver meu poema ao lado de um monte de poesia selecionada, e sem sentido profundo, justo a que eu mais julgava concreta, e do meu desejo de atravessar o raso das pessoas.

  Lembro de como tenho sempre que ir longe, e voltar longe demais também! E sempre passo do ponto!

  E nem julgarei minha falsa prosa concreta, já que de mim pouco saía nas últimas centenas de horas, já que minhas preocupações cardíacas impediam minhas características alucinações! 

  Já que meu projeto de cozinha lindamente me desgasta, por também ser profunda e nada prática aos meus próprios olhares.

  Lembro de cada conceito condensado ao redor de palavras, meus preconceitos gramaticais! 
  Da água quente que saía da torneira da pia, mornando meus sentimentos!

  Lembro que de nada poderei questionar dos julgamentos "pseudos" interrompidos no terço do meu texto, se já julgo-me na flor da minha "Adolescência" também carregadas de significações, como as moléculas desmembradas nas aulas de química...

  E eu vou me lembrando, mesmo que para meus registros futuros, e devo já buscar-me pelo braço, já que a panela não apita, para com o tom de minha ansiedade eu finja tranquilidade nos segundos futuros!


Fasciculações a Todos!


link do conto, O Ovo e a Galinha, de Clarice Lispector
http://claricelispector.blogspot.com.br/2007/11/o-ovo-e-galinha.html