" Pastora de núvens fui posta a serviço
por uma campina tão desamparada
que não principia nem também termina,
e onde nunca é noite e nunca madrugada"

Destino - Cecília Meireles





terça-feira, 7 de maio de 2013

De cada palavra na minha existência


 

 Coisas de uma cozinha mal frequentada, ou de uma sociedade demasiado pragmática, surgem caminhos longos por parte de mim até os falhos compromissos de uma noite lindamente atarefada.
    
  Cada prosa coerente condensa de mim tanto, que sua mediocridade só faz me orgulhar, pois tanto os versos sem sentido me representam e tanto desconhecem os pares do âmbito do que me oriento!

  Lembrei das disputas de palavras e agora já mal sei como encaixá-la aqui! 

 Lembro do conto "O Ovo e a Galinha" de Clarice Lispector, e de como ela declarara ser sua obra preferida por ser uma que ela já não podia entender mais nada, e assim me lembro que bastará o apito de minha panela queimando no fogo que já não entenderei mais nada disso.

  Lembro de minha decepção ao ver meu poema ao lado de um monte de poesia selecionada, e sem sentido profundo, justo a que eu mais julgava concreta, e do meu desejo de atravessar o raso das pessoas.

  Lembro de como tenho sempre que ir longe, e voltar longe demais também! E sempre passo do ponto!

  E nem julgarei minha falsa prosa concreta, já que de mim pouco saía nas últimas centenas de horas, já que minhas preocupações cardíacas impediam minhas características alucinações! 

  Já que meu projeto de cozinha lindamente me desgasta, por também ser profunda e nada prática aos meus próprios olhares.

  Lembro de cada conceito condensado ao redor de palavras, meus preconceitos gramaticais! 
  Da água quente que saía da torneira da pia, mornando meus sentimentos!

  Lembro que de nada poderei questionar dos julgamentos "pseudos" interrompidos no terço do meu texto, se já julgo-me na flor da minha "Adolescência" também carregadas de significações, como as moléculas desmembradas nas aulas de química...

  E eu vou me lembrando, mesmo que para meus registros futuros, e devo já buscar-me pelo braço, já que a panela não apita, para com o tom de minha ansiedade eu finja tranquilidade nos segundos futuros!


Fasciculações a Todos!


link do conto, O Ovo e a Galinha, de Clarice Lispector
http://claricelispector.blogspot.com.br/2007/11/o-ovo-e-galinha.html

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