" Pastora de núvens fui posta a serviço
por uma campina tão desamparada
que não principia nem também termina,
e onde nunca é noite e nunca madrugada"

Destino - Cecília Meireles





sábado, 5 de maio de 2012

Enlutado

EU PERDI UM POEMA
E CHOREI COMO UMA MENTE
SOLTA FRENTE A UM ASSALTO!
Eu briguei com a verdade
e jurei recuperar
Confiando no que não mais sou
Somente pra constatar
Que meu poema nunca voltará.
Entrei no luto incompreensível.
E quem poderá comparar
a fraqueza do meu lamentar
Somente por julgar saber
O tamanho do meu pesar?
Eu fiz um poema pra me consolar
Mas em cada palavra sigo faltante
Do pedaço de mim que se foi
Somente com um leve tocar.
Eu perdi um poema!
E nunca o mundo então me verá
Como um dia há segundos eu fui.
E meu surto só deve acusar
Quem puder por fim declarar
Que sabe viver sem quem é
ou sabe um poema salvar.

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